11 de novembro de 2012

#23

Ainda te ouço cantar, homem
todos aqueles seus versos sincopados
como manha de criança com sono
implorando por um pedaço de doce
ou de colo

Artista de circo
não sei se acrobata ou mágico
talvez palhaço
magro, bipolar e volátil
feitiço esquivo de bruxaria cigana

carne, osso, pele e pelo
saliva e aço cirúrgico
Equilibrado geométrico
pentagrama, pentágono, estrela

E um sorriso filho da puta
Seu sorriso, homem, me molha
o  olhar.